Nutrição equilibrada é fundamental para garantir bom desempenho físico de bailarinos
O corpo magro e flexível de uma bailarina quase sempre nos leva a crer que ela viva apenas de água e alface. E, na tentativa de se manter em forma, muitos profissionais da dança acabam abusando mesmo das restrições alimentares. Mas é com uma dieta equilibrada e especificamente pensada para garantir, ao mesmo tempo, força e leveza, que eles alcançam, além de saúde, uma melhor performance em suas atividades.
Segundo a nutricionista Caroline Fernandes, do Instituto Mineiro de Endocrinologia, a dança é uma excelente atividade física, que aumenta a frequência cardíaca, estimula a circulação sanguínea, turbina a capacidade respiratória e queima muitas calorias. Em uma hora de dança de salão, por exemplo, é possível eliminar até 700 calorias.
Para colher os benefícios da dança, contudo, é preciso ficar atento à qualidade da alimentação. Caroline afirma que, para quem dança profissionalmente, é necessário um programa de nutrição específico, que proporcione, ao mesmo tempo, um corpo magro e forte, porém livre das hipertrofias características, por exemplo, de quem pratica musculação. Além disso, uma dieta inadequada pode colocar em risco a saúde e o desempenho dos profissionais.
"O primeiro erro é considerar que, para ficar magro, basta comer pouco, não levando em conta as necessidades nutricionais geradas pela dança", pontua Caroline. Entre as orientações mais importantes que costuma fazer aos seus pacientes, ela inclui a ingestão de todos os grupos de alimentos, justamente para garantir o aporte nutricional adequado. Em vez de longos períodos sem comer, os seguidores do seu programa de alimentação balanceada devem fazer, pelo menos, cinco refeições ao dia e sem pular nenhuma delas!
Priorizar o consumo de grãos e cereais integrais, ingerir diariamente fontes de proteína, ferro e cálcio, para manter músculos e ossos fortes, também são hábitos fundamentais que estão entre as suas recomendações. "O que se deve cortar da dieta, sem dó, são os alimentos muito processados, ricos em gordura e sal, frituras e doces", enumera.
E como muitos bailarinos, profissionais ou não, iniciam suas atividades ainda na infância, Caroline recomenda que os pais fiquem atentos. Consultar um profissional de nutrição ainda nesta fase, é fundamental para garantir o crescimento e desenvolvimento físico adequados, já que dietas muito restritivas podem comprometer, por exemplo, o crescimento.
"Como a tendência é as pessoas acreditarem que cuidar da alimentação é apenas comer pouco, muitos se habituam a levar, desde cedo, uma dieta muito pobre em calorias, ferro, cálcio e gorduras essenciais", alerta. Especialmente nas meninas, isso vai se refletir em problemas como perda de cabelos, enfraquecimento das unhas, irregularidades no ciclo menstrual, alterações no funcionamento cardíaco, alterações endócrinas e distúrbios hormonais, entre outros. Junto aos sintomas físicos, o desenvolvimento, em alguns casos, de transtornos alimentares como bulimia e anorexia.
Quem pratica a dança como hobby, ou apenas como forma de se exercitar, também precisa ter cuidados com a alimentação. "Uma nutrição adequada gera disposição e bem-estar físico, sem os quais a dança deixaria de ser tão prazerosa", finaliza Caroline.
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